Dos pequenos prazeres diários aos grandes vícios da vida
- Henrique Fernandes
- 21 de jul.
- 2 min de leitura
Atualizado: 28 de jul.

Batata frita ondulada, chocolate, doce, café, cerveja, games, jogos de aposta ("Bets"), pornografia, bebida energética, medicação analgésica, séries de streamings...estímulos que geram aquele prazer imediato em meio ao estresse do trabalho, ou diante de alguma emoção "ruim" ou intensa, e também para lidar com a procrastinação de uma tarefa importante. Mas qual é o problema de fazer uso deles, já que me auxiliam tanto a relaxar em alguns momentos, Henrique?
A resposta é: depende. Depende da frequência, da finalidade, da dosagem, e também da própria natureza da substância - sim, porque sabemos que algumas delas são extremamente aditivas, certo? Ou seja, se estou com alguma questão importante de saúde mental, é possível que a minha condição piore se eu fizer uso de crack. Ou ainda, se tenho um diagnóstico de diabetes, mas sou negligente quanto ao tratamento, posso vir a ter um problema mais grave com o consumo de doces como os que aparecem na imagem acima*.
Mas e quando não se trata da alimentação, de álcool ou outras drogas? Teria problema assistir uma série que eu amo, por exemplo? Vamos retornar ao "depende". Você deixa de fazer algo necessário (como terminar um relatório cujo prazo é curto e demanda muita urgência, ou passa o dia sem fazer refeições essenciais para a nutrição do teu corpo), ou sente um grande mal-estar depois de consumir esse estímulo, ou perde a oportunidade de realizar ações articuladas com os seus valores de vida (ainda que elas gerem uma certa "preguiça", como ir à academia de musculação)?
Se a resposta for "sim", você costuma fazer isso com frequência? Uma outra resposta "sim" pode nos levar a pensar, enfim, na questão regente para esse tipo de comportamento: as consequências com as quais você tem que lidar por consumir o estímulo. Sim, os resultados do consumo são parâmetros fundamentais para nossas escolhas. Mas um importante ponto a ser destacado, talvez o mais problemático por sinal, é que muitas pessoas sequer percebem as consequências do consumo de determinado estímulo, e ficam "à deriva", sem entender por que estão mais desatentas, impacientes, irritadas, ou tristes.
E esses estados, além de prejudicarem a relação consigo, podem afetar relações com pessoas de convivência e ter graves consequências, como o divórcio e a incapacidade laboral. Exatamente, pessoas que possuem dependência de algum estímulo podem ter a vida toda afetada de forma nociva.
Você tem estado ansiosa, angustiado, ou sem motivação para trabalhar? Consegue notar se isso se articula com algum ponto apresentado neste texto? Ou já sabe exatamente o que tem acontecido e gostaria de um suporte profissional para provocar as mudanças necessárias? Conte comigo para isso! Fico à disposição para te auxiliar nesta caminhada!
*Cabe lembrar que neste texto procurou-se tematizar objetos de consumo cujo acesso depende do nosso controle (em certa medida) e não de estímulos gerados por outros seres humanos, como os que estão comumente presentes em relacionamentos conflituosos (com amigos, familiares ou parceiros amorosos) - questão que também pode causar prejuízos à saúde de forma geral, e que foi abordada em outra postagem deste site.
